segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

 RESENHA -- Na Ilha | Tracey Garvis Graves

 Anna Emerson é uma professora de inglês de 30 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicago e de seu relacionamento que não evolui, ela agarra a oportunidade de passar o verão em uma ilha tropical dando aulas particulares para um adolescente. T.J. Callahan não quer ir a lugar algum. Aos 16 anos e com um câncer em remissão, tudo o que ele quer é uma vida normal de novo. Mas seus pais insistem em que ele passe o verão nas Maldivas colocando em dia as aulas que perdeu na escola. Anna e T.J. embarcam rumo à casa de veraneio dos Callahan e, enquanto sobrevoam as 1.200 ilhas das Maldivas, o impensável acontece. O avião cai nas águas infestadas de tubarão do arquipélago. Eles conseguem chegar a uma praia, mas logo descobrem que estão presos em uma ilha desabitada. De início, tudo o que importa é sobreviver. Mas, à medida que os dias se tornam semanas, e então meses, Anna começa a se perguntar se seu maior desafio não será ter de conviver com um garoto que aos poucos torna-se homem.
Na Ilha á uma estória que se trata, basicamente, de uma lição de moral, visando modificar o seu Eu e a sua lista de prioridades na vida, fazendo pôr em prática as suas boas ações e, mais que isso saber ouvir, e sempre ser grato a tudo que lhe foi concedido, a final, nunca se sabe quando será o nosso último dia na Terra e, nunca se sabe onde pode-se encontrar o amor, ora nas coisas mais simples da vida, ou nos momentos mais - im - prováveis, ora numa ilha. Sempre ouvi a frase "A esperança é a última que morre", e quando terminei de ler o livro da Tracey, tive certeza disso. Uma obra sem sombra de dúvidas espetacular.
 "Já estava na ilha havia pouco mais de um ano quando o avião sobrevoou. Eu estava juntando cocos naquela tarde, e ao ranger dos motores, tão alto e inesperado, me assustou. Larguei tudo e corri para a praia[...]." 
Anna e T.J aprendem a conviver juntos apesar das diferenças e, como se não fosse o suficiente, o destino se põe a favor de ambos, e o impensável acontece... O que eles jamais poderiam imaginar era que aquela viagem de avião que calhou numa ida - até então com volta prevista - se tornaria um "quase-eterno-passeio", que seria capaz de mudar suas vidas sempre e para sempre. Como já dizia Carlos Ruiz Zafón, "Acho que nada acontece por acaso, sabe? Que no fundo as coisas têm seu plano secreto, embora nós não entendamos.", sempre concordei com essa frase, e agora ainda mais.
"O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo". Vergílio Ferreira

A Ilha se trata basicamente de uma reflexão sobre a frase acima. O silêncio pode ser tudo, e ao mesmo tempo fazer e transformar o "Tudo" já existente. Uma vez que as mais lindas palavras são ditas através do silêncio de um olhar, vidas são modificadas pelo destino. Um destino fantástico. Uma casa em meio a imensidão, onde boa parte em volta pode ser considerado uma ilha, ou como tal - leia e entenderá o por quê.


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