“Irmão Lobo” é um daqueles livros difíceis de classificar a que faixa etária é destinado, por isso, o recomendo a todos que gostam e curtem uma história repleta de magia, encanto, e que tem o poder de te tragar para dentro dela. Este fascinante conto, nos faz regressar ao tempo em que inventávamos brincadeiras, onde o chão não era perigoso e a imaginação de entrar nas histórias era quase uma rotina do dia a dia.
Torak, é um menino que vive na idade da pedra com seu pai, Pa, o grande caçador, por uma infelicidade, o grande urso está tomado por maus espíritos e acaba invadindo o acampamento onde eles estão. Com poucos golpes, Pa acaba seriamente ferido e precisará passar os últimos ensinamentos ao jovem Torak antes da sua viagem, e ele, despedir-se pela última vez de seu pai.
Agora, sozinho na floresta, longe de qualquer clã, ele precisará entender sua dor, encontrar uma maneira de enfrentar o grande urso e fazer o máximo para sobreviver com o que aprendeu até ali. É nesse momento de solidão que Torak e o pequeno lobo se encontram, ambos sofreram a perda de familiares e, até esse momento, viviam sozinhos pelo mundo.
É nessa parte que descobrimos como Michelle Paver consegue fazer nossa imaginação e sentimentos atarem-se com os dois personagens principais, quando Torak percebe a pequena presença do filhote de lobo, a autora altera sua narrativa para a perspectiva do animalzinho e então descobrimos o que aconteceu antes do encontro e podemos sentir a dor do pequeno lobo, como sentimos a dor de Torak no seu último adeus ao pai.
Não leia “Irmão Lobo” esperando um final surpreendente, você, talvez, decepcione-se; a graça e encanto do livro estão no seu contexto, na mensagem que a autora visa transmitir. Esse é o primeiro volume das “Crônicas das Trevas Antigas” da editora Rocco. Os volumes seguintes, todos já lançados, são: “Espírito Errante”,”Devorador de Almas” e “Desterrados“, eles fazem parte da continuação da história de Torak e seu irmão lobo.
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